A Fundação Vera Chaves Barcellos repudia a criminalização da arte efetivada pela convocação de Gaudêncio Fidelis à CPI dos Maus-tratos a crianças e adolescentes.

Em virtude dos últimos acontecimentos envolvendo a polêmica em torno da exposição “Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, exibida no Santander Cultural (Porto Alegre| RS) e da performance “La Bête” do coreógrafo Wagner Schwartz, realizada no MAM de São Paulo, a Fundação Vera Chaves Barcellos vem à público repudiar a criminalização da arte proposta pela CPI dos Maus-tratos à Criança e ao Adolescente, efetivada pela convocação do curador Gaudêncio Fidelis e do artista Wagner Schwartz a fim de prestar esclarecimentos.

A convocação coercitiva (revogada mediante o pedido de defesa de Fidelis) denota extrema ignorância e intenção conservadora de censura às manifestações artísticas por parte de componentes da Comissão Parlamentar de Inquérito, requerida pelo senador Magno Malta (PR-ES).

Estamos atentos ao retrocesso e ataques à liberdade de expressão que têm sido alimentados por motivações políticas interessadas em criar cortinas de fumaça para distrair a população em relação a questões de interesse público.

A convocação de Gaudêncio Fidelis é absurda e injusta na medida em que supõe que as imagens em exibição na mostra atravessariam sua condição de imagens e seriam animadas a ponto de causar real prejuízo ou maus-tratos a crianças e jovens.

Fundação Vera Chaves Barcellos | Novembro de 2017.