O lançamento da publicação Silvio Nunes Pinto: Ofício e Engenho, projeto da Fundação Vera Chaves Barcellos realizado com financiamento do Pró-Cultura RS | Fundo de apoio à Cultura – Lei nº 13490/10 ocorreu na última quinta, 15 de março. Pesquisadores debateram a obra de Silvio por diferentes abordagens. Saiba mais.

Uma produção singular no campo das artes visuais, a obra de Silvio Nunes Pinto veio à publico no ano de 2016, em mostra organizada pela artista Vera Chaves Barcellos e pela arquiteta Marcela Tokiwa, à época colaboradora da FVCB.

Descoberta por Vera, a obra de Silvio esteve armazenada em seu espaço de trabalho, uma pequena casa de cerca de 10 m² até 2005, ano de sua morte, momento em que a artista, ao adentrar a oficina, reconheceu o volume, a diversidade e a riqueza de imaginário da obra de Silvio Nunes Pinto. Esculturas e objetos os mais diversos, peças de mobiliário, equipamentos e instrumentos de trabalho abarrotavam o ambiente. Prevendo uma dispersão do conjunto, a FVCB então adquiriu as obras, hoje incorporadas à sua coleção.

Passando por um intenso trabalho de recuperação, higienização e catalogação das peças, um amplo conjunto de trabalhos foi exposto ao público na Sala dos Pomares, em 2016, com projeto museográfico de Marcela Tokiwa. Cubos brancos e diversas estruturas expositivas foram especialmente criadas para dar suporte expográfico às peças e instrumentos de trabalho criados por Silvio.

Com financiamento do Pró-Cultura RS | Fundo de Apoio à Cultura, Lei nº 13490/10, a Fundação Vera Chaves Barcellos lançou a publicação Silvio Nunes Pinto: Ofício e Engenho, no último dia 15 de março, no auditório do Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Ado Malagoli. Os pesquisadores Prof. Ms. Anderson Almeida e Prof. Dr. Paulo Silveira – vinculados ao Instituto de Artes da UFRGS – e o Prof. Dr. José Carlos Gomes dos Anjos, da Sociologia da UFRGS, estiveram presentes debatendo a produção de Silvio Nunes Pinto, por diferentes perspectivas.

Artistas, pesquisadores e público em geral compareceram ao evento, preenchendo expressivamente o auditório. Os debates e a interação entre os pesquisadores foi intensa e as discussões inauguram outras possibilidades de relacionamento com a obra de Silvio. Anderson Almeida destacou as correspondências entre as peças de Silvio com produções enquadradas no chamado etnodesign, campo de pesquisa do pesquisador que vincula práticas simbólicas a contextos etnicos. De uma perspectiva antropológica e sociológica, José Carlos Gomes dos Anjos estabeleceu relações entre as obras do artista com seu entorno sócio-histórico-cultural. Por fim, Paulo Silveira narrou as dimensões do encontro com a obra de Silvio, enaltecendo as particularidades da sua produção e a iniciativa da FVCB em dar a ela visibilidade.