Há pouco mais de 40 anos, em dezembro de 1976, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS – sediava as Atividades Continuadas, evento que foi o gérmen da configuração do grupo Nervo Óptico.

As Atividades Continuadas foram dois dias de exposição (09 e 10 de dezembro de 1976) de objetos, obras gráficas, fotografias, instalações, livros de artista, projeções, performances, ações e debates. Essa programação cultural resultou da inquietação de um grupo de jovens artistas de Porto Alegre que, inconformados com a ideologia de mercado como condutora de políticas culturais, lançou suas ideias sobre produção e circulação da arte em um manifesto.

Conforme depoimento da artista Vera Chaves Barcellos:
“A acolhida foi enorme, os debates acalorados ficavam lotados de gente jovem e atuante na vida cultural da cidade, não só das artes visuais, mas das áreas de música, teatro e outras. A política cultural sempre foi questionada nos intermináveis debates”.

Vera conta ainda que as reuniões do grupo de signatários do manifesto, composto por Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Clóvis Dariano, Jesus Escobar, Mara Álvares, Telmo Lanes, Romanita Disconzi e pela própria Vera, tinham sempre “um forte teor criativo”: “se fotografava muito, documentando ações e atitudes improvisadas, caracterizadas muitas vezes pelo humor e jogos inventivos”.

Fonte:  Espaço N.O., Nervo Óptico / organizadora: Ana Maria Albani de Carvalho. Rio de Janeiro: FUNARTE, 2004.