Dando sequência à série de conteúdos sobre artistas que tiveram obras incorporadas à Coleção Artistas Contemporâneos Fundação Vera Chaves Barcellos nos últimos anos, abordamos, hoje, o trabalho de Helena Kanaan (Bagé/RS, 1961).

Artista visual, com investigações em Gravura Contemporânea e Procedimentos Híbridos da Arte Impressa, Helena Kanaan atua como docente no Instituto de Artes da UFRGS. Possui Doutorado e Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS/Universidade Politécnica de Valencia, na Espanha; e Especialização pela Scuola d’Arte Grafica Il Bisonte em Florença, na Itália. Foi professora no Centro de Artes UFPel (1991/2013). Na UFRGS, coordena o grupo de extensão Núcleo de Arte Impressa e o Grupo de Pesquisa Práticas Críticas da Gravura à Arte Impressa. Já participou de exibições individuais e coletivas tanto no Brasil quanto em outros países (Argentina, Espanha, Polônia, Coreia do Sul, Itália).

A obra acima – Sem título, de 2002 – é uma litografia produzida em duas matrizes calcárias com processo degradê. Vermelho e preto predominam na composição, que conta ainda com amarelo e branco.

Nas palavras da artista sobre a criação deste trabalho: “Um pouco de Beuys, um pouco de Tápies, um pouco de mim. Vida e morte! A mácula, transferência, estancamento. Trabalhar com litografia é embrenhar-me na matéria e suas temporalidades, partilhando os acúmulos e as fragilidades que se farão na imagem impressa. Aguadas, isolamentos, raspagens, sobreposições”.

A obra foi adquirida pela FCVB em 2019 por meio do Consórcio de Gravuras do Museu do Trabalho, uma iniciativa que representa a continuidade de um processo de produção e difusão da gravura no Rio Grande do Sul, iniciado nos anos 1950, com o Grupo de Bagé e com Clube de Gravura, e que tem sido, nestes quase 70 anos, uma referência nacional e internacional.

Helena Kanaan também comenta que estar no Acervo da FVCB “é pertencer a um arquivo que propicia conhecimento da arte em muitas vertentes. Um olhar expandido que colhe e acolhe fazeres e saberes contribuindo para uma imersão na pesquisa, no educativo, no sensível.”