A Fundação Vera Chaves Barcellos dedica esta homenagem à Judith Lauand (1922-2022), uma das mais importantes artistas da história da arte brasileira, que faleceu aos 100 anos na última sexta-feira, 09/12.

Três obras de sua autoria integram a Coleção Artistas Contemporâneos FVCB: Mulher Fumando, Serigrafia de 1969; Composição, Serigrafia s/d; e Sem título, Xilogravura de 1968.

Mulher Fumando, Serigrafia de 1969

Composição, Serigrafia s/d

Sem título, Xilogravura de 1968

Nascida no interior de São Paulo, Judith Lauand diplomou-se pela Escola de Belas Artes de Araraquara. Nessa época, pintou naturezas-mortas, quadros mais figurativos e retratos. Em 1952, mudou-se com a família para São Paulo e, em 1954, foi monitora na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, um marco em sua formação, pois propiciou o contato com a pintura concreta de Alexandre Wollner (1928-2018) e Geraldo de Barros (1923-1998).

Pintora e gravadora, Judith Lauand é considerada a única mulher a ter feito parte oficialmente do grupo Ruptura, liderado por artistas paulistas que defendiam uma “renovação dos valores essenciais da arte visual”¹. Com o grupo, participou de importantes exposições, como a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no MAM-SP (1956) e no MAM-RJ (1957); e a 1ª Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa (1959-1960), passando por cidades como Munique, Lisboa, Madri e Paris.

Além do reconhecimento pelo pioneirismo na arte concreta, a artista também fez uma breve incursão pela pop art, no final dos anos 1960. Neste período, também produziu uma série de telas em que tece críticas à Guerra do Vietnã e à repressão do Governo Militar brasileiro, a partir do golpe de 1964.
“Apesar do rigor formal que empregou em suas composições, o ritmo e o movimento nunca desapareceram de seus trabalhos, que contrapõem os elementos por meio de um equilíbrio dinâmico, gerando tensões e rupturas, outra marca de sua singularidade artística (…).”

 

Referências
¹ Trecho do Manifesto Ruptura, de Waldemar Cordeiro (1925-1973).
² Trecho do texto de apresentação da exposição Judith Lauand: Desvio concreto, de 25/11/22 a 02/04/23, no Masp – Museu de Arte de São Paulo Museu de arte de São Paulo Assis Chateaubriand.