Foto: Juliana Lima / FVCB

Vera Chaves Barcellos e Regina Silveira. Foto: Juliana Lima / FVCB

Convidada pela Fundação Vera Chaves Barcellos, a artista Regina Silveira trouxe ao público que compareceu ao Santander Cultural na última quinta-feira (25/10) uma palestra focada na primeira fase da carreira de Julio Plaza. Foram imagens, dados e histórias do período em que o artista trabalhou na Espanha, em Porto Rico e seus primeiros meses no Brasil. A atividade integra a programação paralela da exposição “Julio Plaza, Construções Poéticas”. 

Foto: Juliana Lima / FVCB

Foto: Juliana Lima / FVCB

Em Mayaguez, Julio e Regina, sua esposa na época, trabalharam como artistas residentes na Universidad de Puerto Rico durante quatro anos. Regina contou que eles faziam viagens frequentes à Nova Iorque onde se atualizavam lendo periódicos, visitando mostras e entrando em contato com artistas do grupo do renomado galerista Leo Castelli. Em San Juan, capital de Porto Rico, Plaza organizou diversas exposições, entre elas, uma das primeiras mostras de arte postal no mundo. A cidade ganhou dele algumas esculturas, uma delas tem seu protótipo exposto atualmente na FVCB.

Foto: Juliana Lima / FVCB

Foto: Juliana Lima / FVCB

Regina mostrou fotos da mais surpreendente incursão de Julio por outras áreas: a construção de um carro de fibra de vidro, em uma oficina montada na sua própria casa. “Ele usou o carro em Porto Rico por quase três anos. Toda a parte elétrica e mecânica foi ele que montou. Como as pessoas sempre se aproximavam curiosas porque o carro tinha uma aparência muito particular, o Julio criou um folheto com explicações”, relembra Regina.

Muitas obras de Julio Plaza desapareceram porque ele mesmo tinha o hábito de rasgar e jogar fora seus trabalhos.  “O Julio foi muito radical porque achava que a arte não podia ser um objeto comercial. É uma posição com a qual eu talvez  concorde porque o valor da obra de arte pode ser a coisa mais arbitrária do mundo”, disse Vera Chaves em entrevista projetada para o público. “O Julio não gostava de se intitular um artista, pensava em si como poeta, pesquisador e teórico, aliás, ele escreveu muitos textos”, conta Regina. Uma das poucas exposições individuais de Julio foi “As Meninas”, realizada em 1977, em São Paulo. Regina relembra a ocasião: “Ele inverteu fotograficamente os espaços da galeria Global, era uma instalação muito simples, mas rica em possibilidades”.

Além de uma entrevista com Vera Chaves, o público também assistiu ao documentário “Julio Plaza, poético e político”, que você pode assistir clicando aqui.