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O lançamento do livro Julio Plaza, Poética|Política, no Santander Cultural foi precedido das palestras de Inês Raphaelian e Omar Khouri. A tarde gelada reuniu um grupo vivamente interessado no legado de Julio Plaza.

Inês Raphaelian é artista plástica, gestora e produtora cultural e professora do Curso de Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, desde 1989. Foi curadora e diretora técnica do MuBE,  da Divisão de Artes Plásticas do Centro Cultural São Paulo,  e do Museu da Cidade de São Paulo.  Expõe no Brasil e exterior desde 1981 e é doutoranda em Poéticas Visuais na ECA USP.

O público valente que enfrentou o frio e se deslocou ao Santander Cultural  desfrutou das histórias de  Raphaelian sobre a longa convivência que teve com Julio Plaza desde a década de 1980, quando foi sua aluna na FAAP, Fundação Armando Álvares Penteado, conhecida como a ” década de ouro” da instituição, até a morte do artista em 2003. Inês relembrou as exposições que organizou posteriormente sobre a obra de Plaza, a convivência que teve com o casal Regina Silveira e Plaza,  casados durante 20 anos, e ainda sobre a intensa e complexa personalidade de Plaza, artista e teórico, que em dado momento rompeu radicalmente com a crítica  concentrando sua atenção nos estudos de semiótica e na pesquisa acadêmica no campo da teoria da comunicação, da arte e dos chamados multimeios,  que acabaram sobrepondo-se ao seu interesse pelas artes plásticas.

Omar Khouri é poeta, artista gráfico, historiador e crítico de linguagens, além de professor  no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, em São Paulo. É mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP.

Khouri é também editor e autor da revista ARTÉRIA, publicação de poesia intersemiótica(cujo n° 1 é de 1975). Ele contou aos presentes como conheceu Julio Plaza, por indicação de Décio Pignatari e dos irmãos Campos, para apresentar-lhe a revista.  Focando sua fala na relação de Plaza com os poetas, o palestrante contou que a aproximação de Plaza com os poetas concretistas, que resultaria nas edições dos livros de artista PoemóbilesCaixa Preta e Reduchamp,  atribui-se  ao rigor semântico e formal da poesia concreta, e observou que Caixa Preta, de 1975, burilou tecnicamente os Poemóbiles, publicado um ano antes.

Khouri lembrou ainda da prolífera colaboração de Plaza com Walter Zanini(primeiro diretor do MAC-USP, no qual foi diretor por 16 anos), tanto no MAC, quanto na Bienal de São Paulo, em 1981 e 1983, em que Zanini foi o curador-geral.

Plaza colaborou com Zanini na organização das exposições Poéticas Visuais e Prospectiva 74,  marcos para a arte “não sistema”.

Khouri concluiu sua fala citando também a experiência do ateliê-escola  Aster, Centro de Estudos de Artes Visuais, organizado com Regina Silveira, Walter Zanini e Donato Ferrari em São Paulo, espécie de universidade aberta em torno da qual se organizaram várias atividades com a diversas linguagens artísticas, e também sessões de vídeo e conferências.