Centro de Documentação e Pesquisa

Em atividade desde 2008, o Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Vera Chaves Barcellos (CDP-FVCB) tem a finalidade de salvaguardar registros de exposições, eventos, projetos culturais e variadas fontes documentais relacionadas à arte contemporânea local, nacional e internacional. O Acervo Documental da FVCB é composto por cartazes, catálogos, correspondências, fotografias, livros, revistas, jornais, convites, entre outros materiais.

Uma das atribuições do CDP é a produção de pesquisas sobre o Acervo Artístico e o Acervo Documental da FVCB, para embasamento de exposições e de materiais educativos. Além disso, o espaço oferece atendimento presencial a estudantes e pesquisadores, fornecendo apoio a suas investigações, como digitalização de documentos e consulta a materiais diversos. O CDP também realiza o intercâmbio de publicações com instituições nacionais e internacionais, para ampliação da coleção de catálogos e difusão da produção editorial da FVCB.

Cerca de 2.000 livros estão catalogados, além de documentos diversos relacionados a mais de 3.000 artistas e cerca de 2.800 instituições catalogadas. O acervo arquivístico conta, ainda, com cerca de 170 registros referentes à trajetória artística de Vera Chaves Barcellos e mais de 300 documentos relativos às atividades da própria FVCB, além de muitos outros que estão em processo de catalogação. Os números referem-se aos registros até novembro de 2024 e são atualizados constantemente.

O CDP-FVCB funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h, com atendimento presencial mediante solicitação e agendamento prévio pelos contatos do setor: arquivo@fvcb.com.br | (51) 98102 1059.

Arquivo e memória

O Acervo Documental da FVCB resulta de diferentes matrizes e é formado pelos fundos documentais da artista Vera Chaves Barcellos, do grupo Nervo Óptico (1976–1978), do Espaço N.O. (1979–1999), da Galeria Obra Aberta (1999–2002), da FVCB, assim como pela Coleção Artistas e Exposições, que é dividida em duas categorias: artistas e instituições.

Fundo Vera Chaves Barcellos

Datas-limite: 1963 – presente

Este fundo é composto por catálogos, convites, livros, fotografias, slides e outros tipos de documentos, reunindo importantes materiais que registram a trajetória artística de Vera Chaves Barcellos (Porto Alegre, RS, 1938) desde suas primeiras atividades.

Nos anos 1960, a artista dedicou-se à gravura depois de estudos na Inglaterra e na Holanda. Em 1975, aprofundou seu conhecimento em técnicas gráficas e fotografia, com bolsa do British Council, no Croydon College em Londres. Em 1976, fez parte da representação do Brasil na Bienal de Veneza com o trabalho Testarte. Desde os anos 1970, tem atuado no campo artístico-cultural em Porto Alegre, participando da fundação do Grupo Nervo Óptico (1976–1978) e do Espaço N.O. (1979–1982), e também da galeria Obra Aberta (1999–2002). Realizou inúmeras exposições individuais no Brasil e no exterior. Atualmente é diretora-presidente na Fundação Vera Chaves Barcellos.

Trata-se de um fundo aberto, formado por doações da própria artista e de outras instituições.

Fundo Nervo Óptico

Datas-limite: 1976 – 1978

Em 1976, na cidade de Porto Alegre, um grupo de artistas e estudantes de arte – formado por Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Clóvis Dariano, Jesus Escobar, Mara Alvares, Romanita Disconzi, Telmo Lanes e Vera Chaves Barcellos –, se reuniu com o objetivo de compartilhar ideias sobre os próprios trabalhos e discutir o contexto artístico e cultural da época. Mais tarde esse grupo passou a denominar-se Nervo Óptico e organizou uma exposição no Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS chamada Atividades Continuadas. Na ocasião foi apresentado o Manifesto com o posicionamento do grupo sobre diversos temas, relacionados ao mercado de arte e às políticas públicas culturais.

A fim de difundir seus trabalhos, em abril de 1977, os integrantes do grupo passaram a editar um cartazete de distribuição gratuita. Chamado de Nervo Óptico, a publicação reunia imagens e textos especialmente desenvolvidos para o impresso, que expressavam a poética e as ideias de cada um dos artistas. Simultaneamente, o grupo realizava exposições e outras atividades, com destaque para a mostra coletiva na galeria Eucatexpo, em novembro de 1977, e outra no Instituto de Artes em outubro de 1978, intitulada Mistos e Manias. Ao todo foram editados 13 cartazetes, de abril de 1977 a setembro de 1978.

Os documentos do fundo são registros das atividades desenvolvidas pelo grupo Nervo Óptico, tais como cartazetes, fotografias, folders e o próprio Manifesto. Ainda, há o livro de Registro de Reuniões, controle de gastos e doações, recortes de jornais e correspondências da época. Além disso, constam documentos posteriores à dissolução do grupo.

Trata-se de um fundo fechado que, eventualmente, poderá receber acréscimos de documentos provenientes de doações.

Fundo Espaço N.O.

Datas-limite: 1979 – 1999

O Espaço N.O., fundado em 1979 na Galeria Chaves, no Centro Histórico, em Porto Alegre, tinha a proposta de discutir variados aspectos da produção contemporânea e abrir espaço para manifestações de experimentalismos em termos de pesquisa formal, meios e novas linguagens. Foram realizados cursos, palestras, concertos musicais, exposições, eventos multimídia, leituras dramáticas e performances. Até seu encerramento em 1982, ocorreram no Espaço N.O. cerca de 90 eventos nacionais e internacionais.

Teve como fundadores e integrantes artistas como Ana Torrano, Carlos Wladimirsky, Cris Vigiano, Karin Lambrecht, Mário Röhnelt, Milton Kurtz, Regina Coeli Rodrigues, Ricardo Argemi, Rogério Nazari, Simone Michelin Basso, Telmo Lanes e Vera Chaves Barcellos.

É um fundo fechado, com data-limite posterior ao encerramento do espaço, composto por cartazes de exposição, folders, fotografias e documentos administrativos referentes às atividades do Espaço N.O., tratando-se de uma importante fonte de pesquisa sobre o ambiente artístico e cultural da época no Sul do Brasil.

Fundo Galeria Obra Aberta

Datas-limite: 1999 – 2002

Ocupando uma sala no segundo andar da Galeria Chaves, em Porto Alegre, a Galeria Obra Aberta foi dirigida por Carlos Pasquetti, Patricio Farías e Vera Chaves Barcellos entre 1999 e 2002.

No total, foram realizadas 22 exposições individuais e coletivas, abrangendo mais 70 artistas nacionais e estrangeiros, como Ana Miguel, Alexandre Cappellari, Antoni Muntadas, Begoña Egurbide, Carlos Pasquetti, Clóvis Dariano, Elaine Tedesco, Gisela Waetge, Glaucis de Morais, Helena Martins Costa, Jailton Moreira, Karin Lambrecht, Lenir de Miranda, Lia Menna Barretto, Lucia Koch, Luiz Carlos Felizardo, Margarita Andreu, Maria Lucia Cattani, Mário Rohnelt, Marlies Ritter, Nick Rands, Patricio Farías, Vera Chaves Barcellos, Vilma Sonaglio, entre outros.

É um fundo fechado que contém a documentação resultante das atividades da galeria, como convites e catálogos das mostras, além dos eventos que foram divulgados pela imprensa.

Fundo FVCB

Datas-limite: 2005 – presente

Inaugurada oficialmente em 17 de setembro de 2015, a Fundação Vera Chaves Barcellos se destina a difundir, preservar e divulgar as diversas manifestações em arte contemporânea. O processo de concepção da FVCB teve início em 2003, a partir da doação das obras da artista Vera Chaves Barcellos, bem como sua coleção particular com produções de outros artistas visuais.

Até o ano de 2008, as exposições ocorreram no Espaço 0, primeiro espaço expositivo da Fundação, localizado na Galeria Chaves, em Porto Alegre. Em 2010, a Sala dos Pomares, em Viamão, passou a abrigar as mostras, sempre trazendo novos olhares para o seu Acervo Artístico. Com uma atuação consolidada no cenário das artes visuais do país, a FVCB realiza anualmente uma programação de exposições, ações educativas, debates, estímulo à pesquisa, projetos editoriais e audiovisuais, entre outras iniciativas.

O fundo é formado pela documentação administrativa da Fundação, gerada pelas atividades-fim da instituição, como projetos, exposições, lançamentos de livros, materiais educativos, palestras e outros registros. É um fundo aberto, com constantes incorporações a partir das atividades da FVCB, contribuindo para a memória da instituição.

Coleção Artistas e Exposições

Com o encerramento das atividades do centro cultural Espaço N.O. em 1982, formou-se um arquivo, o qual reunia o farto material gerado através do intercâmbio com artistas e instituições culturais na época de seu funcionamento.

O arquivo ficou sob a guarda de Vera Chaves Barcellos e seguiu em expansão, agregando outros documentos reunidos pela artista, como materiais de exposições individuais ou coletivas, além de catálogos e livros de História, Teoria e Crítica da Arte.

Os livros e catálogos de exposições estão identificados e guardados em estantes. Já os materiais em menor volume estão acondicionados em envelopes guardados em caixas de arquivo.

Dividida em artistas e instituições, a coleção serve de suporte para pesquisas voltadas para sua área temática – arte contemporânea, vanguardas artísticas brasileiras, arte postal, entre outros assuntos correlatos –, constituindo preciosa fonte para trabalhos acadêmicos, tanto de Poéticas Visuais como de História, Teoria e Crítica da Arte.

Publicações FVCB

A Produção Editorial da FVCB é desenvolvida com base nas exposições realizadas e no Acervo Artístico, visando documentar a memória da instituição e oportunizar reflexões no segmento das artes visuais e da história da arte. Os catálogos apresentam registros fotográficos das mostras e textos assinados por curadores e especialistas. São publicações bilíngues e impressas, disponibilizadas digitalmente.

A FVCB também atua na concepção de livros de arte contemporânea e edita a Revista Pomares. Trata-se de uma obra de referência para a pesquisa sobre arte contemporânea, trazendo conteúdos de alta qualidade, entre artigos, entrevistas e ensaios, assinados por profissionais de reconhecida atuação no segmento das artes visuais. São publicações bilíngues e impressas, disponibilizadas digitalmente.