Na último sábado (dia 14 de junho),  o Programa Educativo da FVCB  promoveu o Encontro com Clóvis Dariano, artista participante da mostra Fotografia Transversa.

Em sua 7ª edição, o Programa Educativo da FVCB dá prosseguimento ao Curso de Formação Continuada em Artes – realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Viamão –, promovendo ações, encontros e debates que objetivam qualificar as práticas docentes, através da ampliação de repertórios e de experiências gerados a cada encontro. Mais do que mera atualização de conhecimentos, os encontros são espaços de convivência e de diálogos, cujos efeitos ultrapassam os objetivos imediatos, podendo desdobrar-se em múltiplas direções.

Depois de propiciar um intercâmbio de conhecimentos entre a academia e a escola através do Encontro com Alexandre Santos, o Programa promoveu, no último sábado (14 de junho), o Encontro com Clóvis Dariano, artista participante da mostra Fotografia Transversa, em cartaz na Sala dos Pomares. Clóvis Dariano (Porto Alegre/1950) é artista plástico que tem a imagem fotográfica como principal aliada de suas composições: o elemento condutor da sua trajetória profissional.

Dessa vez, o encontro teve como foco não restritamente o contexto histórico e teórico da fotografia, mas levou ao grupo de educadores a voz de um artista que utiliza a fotografia como um meio de subversão da imagem fotográfica. A lente do artista é usada não para registrar a realidade, mas para inventar um mundo, que ganha visibilidade a partir do seu trabalho. Durante sua fala, em um primeiro momento, Dariano abordou aspectos técnicos da fotografia, mostrando, através de ensaios publicitários assinados por ele, como diferentes angulações e jogos de luz atuam como condicionantes no momento da captação da imagem. Em determinado instante, Gabriela Rodrigues lembrou a frase de Adolfo Montejo Navas, epitáfio do texto curatorial de Fotografia Transversa: “A fotografia é um instrumento perfeito para duvidar.” Ao que Clóvis Dariano acrescentou sorrindo: “Concordo inteiramente. Aliás, a fotografia não tem nada a ver com realidade”.

No segundo momento, Dariano mostrou trabalhos artísticos que sintetizam e demonstram escolhas estéticas e ideológicas de sua obra: uma verdadeira aula visual. O artista, como não podia deixar de ser, falou do Nervo Óptico, grupo do qual participou de 1976 a 1978, ao lado de Carlos Pasquetti, Carlos Asp, Telmo Lanes, Mara Alvares e Vera Chaves Barcellos. Os educadores entraram em contato com alguns dos cartazetes que revolucionaram a cena artística porto-alegrense durante a década de 70. O encontro contou ainda com a presença da artista Vera Chaves Barcellos, que contribuiu vivamente com o debate, além de testemunhar sobre o Nervo Óptico.

Do mesmo modo que uma obra de arte tem dimensões políticas e sociais, o Curso de Formação Continuada em Artes é uma construção coletiva que só ganha força e forma graças à interação e participação ativa dos educadores envolvidos. O Programa Educativo agradece a todos os presentes pelo engajamento demonstrado nos encontros, indicativo de que, juntos, podemos colher um frutuoso futuro através da arte e da educação.