Acervo, Notícias

Acervo FVCB: Obras do artista Hudinilson Jr. em exposição na Noruega

Hoje, compartilhamos com você um pouco da produção artística de Hudinilson Jr. (São Paulo, SP, 1957 – São Paulo, SP, 2013), que integra a Coleção Artistas Contemporâneos – FVCB. Nas imagens que ilustram esta postagem, estão reunidos alguns registros das obras que foram cedidas para exibição na mostra internacional Every Moment Counts – Aids and its Feelings, no Henie Onstad Kunstsenter, na Noruega.
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Revista da Espanha destaca fotografias da artista Vera Chaves Barcellos

Um conjunto de fotografias da artista Vera Chaves Barcellos compõe a 77 Magazine (nº 5), publicada em 2021 por Ediciones Originales, editora espanhola e centro de documentação especializado em livros de artista e obras múltiplas. As cinco imagens em preto e branco apresentadas se referem à segunda metade da década de 1970, com registros de caráter documental, mostrando o público presente em eventos a céu aberto nas cidades de Carazinho e Porto Alegre.
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Obras da artista Vera Chaves Barcellos integram exposição em Portugal

Obras de 13 artistas portuguesas e brasileiras, entre as quais está Vera Chaves Barcellos, integram a exposição Matéria Impressa. Matéria Nómada, concebida no âmbito do projeto de investigação Womanart – Mulheres, Artes e Ditadura: os casos de Portugal, Brasil e países africanos de língua portuguesa. A mostra – inaugurada em janeiro – segue em cartaz até o próximo sábado, 05/03, no Museu Nogueira da Silva, em Portugal.
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Duas obras da artista Vera Chaves Barcellos estão na exposição que homenageia Clarice Lispector

Duas obras da artista Vera Chaves Barcellos compõem a exposição coletiva Constelação Clarice, que celebra a obra e o legado da escritora Clarice Lispector (1920-1977). As fotografias Epidermic Scapes (1977/2020) e O estranho desaparecimento de VCB (1976/2020) estão em exibição junto aos trabalhos de 25 artistas visuais atuantes entre as décadas de 1940 e 1970. A mostra segue até o dia 27/02, no Instituto Moreira Salles de São Paulo; e no final de maio terá nova montagem no IMS Rio.
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Acervo FVCB | Obra do artista Gerson Reichert

Em memória ao legado deixado pelo artista Gerson Reichert (Porto Alegre, 1967-2012) para a história da arte do Rio Grande do Sul, hoje compartilhamos a obra Sem título, de 2006, que foi recentemente incorporada ao nosso Acervo. Trata-se de uma pintura não figurativa (óleo sobre tela, 65 x 50 cm), que foi exposta em 2009 na mostra de acervo da Galeria Arte & Fato, na capital gaúcha.

Sem título, de 2006

Reichert pertence a uma geração de desenhistas e pintores surgidos na década de 1990, cujo ponto de partida era o desenho. Estudou Comunicação Social na PUCRS e Artes Visuais no Instituto de Artes da UFRGS. Entre as distinções recebidas, em 2008, foi agraciado com o “Prêmio Cultura RBS Artista Revelação” e o “Prêmio Açorianos de Artes Plásticas”, também como “Artista Revelação” pela mostra “Humboldt Revista”, no Atelier Subterrânea (2007), além de ser contemplado pela Bolsa da Fundação Iberê Camargo. Em 2009, realizou uma mostra individual na Galeria Gestual em Porto Alegre. Teve seus trabalhos publicados na revista Humboldt, em publicação especial comemorativa aos 50 anos da revista alemã.

A seguir, um trecho do texto de apresentação da primeira exposição individual de Reichert na Galeria Arte & Fato, no ano de 2006, escrito pelo artista visual e professor Renato Heuser: “A pintura de Gerson é predominantemente não-figurativa, onde os elementos são ordenados ora de forma intuitiva, ora determinados pelo próprio desenrolar dos ‘acontecimentos’ pictóricos. A ele tampouco possui ela um ‘centro de atenção’: é uma pintura plana, a superfície é dinamizada por signos pintados, cinéticos, em várias direções, coloridos, golpes de pincel, camadas, transparências, enfim, é o exercício pleno do ato físico de pintar. O gesto e a forma, a própria massa de tinta encerra o gesto, matéria, forma e luz, isoladamente e em conjunto, dimensionam a superfície e lhe conferem unidade. A ordem dos elementos é constantemente alterada, elegantemente subvertida, preservando o frescor, os sucos da pintura, até o momento de decidir parar de pintar. É a pintura descrevendo-se a si mesma.”

Acervo FVCB | Obras da artista Mitti Mendonça

Duas obras da artista Mitti Mendonça (São Leopoldo/RS, 1990) foram recentemente adquiridas e agora integram o nosso Acervo. Prima Nina e Autorretrato (2021), da série Afetos, tiveram como ponto de partida os álbuns de família da artista, cuja pesquisa envolve memória, afeto e ancestralidade negra. “O bordado está na minha linha genealógica materna há 100 anos e essas obras são alinhavo dessa história e legado. Retratos que versam sobre tempo, troca entre gerações, protagonismo feminino negro e pluralidade”, revela.
 

Prima Nina (2021)

 

Autorretrato (2021)

 
A mescla de cores presente nas obras é inspirada em tecidos africanos, aludindo para um retorno às raízes ancestrais como uma tentativa de refazer os laços. Outro aspecto que motiva o trabalho de Mitti está no seu interesse de “colocar em pauta a valorização da arte têxtil, técnica que é tão tradicional e proporciona tantas possibilidades quanto a pintura ou a gravura”. Suas criações contemplam ainda técnicas de ilustração e design gráfico.

Sobre fazer parte da Coleção Artistas Contemporâneos FVCB, a artista considera um grande marco na sua trajetória. “Minhas obras ganham autonomia para instigar diálogos e propor debates com gerações contemporâneas e futuras, logo estarão preservadas e em movimento. Sinto que a partir disso minha pesquisa e jornada enquanto artista recebe ainda mais impulso, pois integrar esse Acervo ao lado de Vera Chaves Barcellos e outros artistas consagrados, me enche de orgulho e com certeza valoriza e legitima meu trabalho”, afirma a artista.

Soma-se a esses apontamentos a questão da presença negra nos espaços institucionais. “Sempre enxergo minha jornada motivada pela existência de outros artistas e personalidades negras, então penso que esse reconhecimento vai muito além de mim, é um fato muito significativo e importante a entrada de artistas negros e negras dentro dos acervos de instituições de arte do Rio Grande do Sul, fomentando outros imaginários e pluralidades de investigações”.

Acervo FVCB | Obras da artista Ananda Kuhn

Hoje, apresentamos duas obras da artista Ananda Kuhn (Porto Alegre/RS, 1984), recentemente incorporadas ao nosso Acervo. Formada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS, ela vive atualmente em Bristol (Inglaterra) e é representada, desde 2013, pela Galeria Bolsa de Arte.
 

Abissal I

 

Abissal II

 
Abissal I e Abissal II (2017) fazem parte de uma série de pinturas criada a partir do convite que ela recebeu para realizar uma exposição no espaço criativo Black Joy, em Florianópolis/SC. “Era verão e meu ateliê estava montado em Garopaba ao longo de três meses. O então atual entorno foi minha principal influência e motivação, conectando as profundezas da mente com as intrigantes desconhecidas zonas abissais dos oceanos. A mostra homônima à série reuniu pinturas em tela e desenhos sobre papel”, relata.

Ainda de acordo com a artista, a série Abissal deriva de sua compreensão de que ‘memória’ significa ‘invenção’, isto é, uma “criação do inconsciente que conecta pedaços desconexos para dar algum sentido ao passado vivido e assim mantê-lo vivo”. Partindo desse entendimento sobre memória, ela pontua a existência do fazer artístico: “um meio que é também um fim para refletir sobre os mistérios que permeiam esta fabulosa atividade cerebral que é memorizar”.

Uma das práticas recorrentes de Ananda é o registro em fotografia do cotidiano. “Tudo o que me é importante e significativo eu me aproprio: sejam escritos criativos ou filosóficos, seres da natureza ou elementos urbanos, objetos ordinários do cotidiano, até imagens em impressos ou digitais. Seleção que, depois de adaptadas e impressas, são traduzidas por minha estética formal”, comenta. E é nesta transformação que seu trabalho acontece: “ressignificar informações visuais conhecidas através da relação entre as partes, gerando novas experiências de assimilação pela capacidade de resgatar memórias pessoais de cada indivíduo observador das obras. (…) A partir do gesto livre, não intencional, crio estruturas pictóricas e gráficas nas quais busco então resgatar e reconhecer formas de seres e lugares por mim visualizados ou imaginados”, destaca a artista.

Acervo FVCB | Obra da artista Dione Veiga Vieira

Seguindo com a apresentação de obras recentemente incorporadas ao nosso Acervo, compartilhamos o trabalho doado em 2020 pela artista Dione Veiga Vieira (Porto Alegre/RS, 1954). Decantação I (2008), como o título sugere, remete ao método de separação dos componentes de misturas heterogêneas, mas vai além disso.

Decantação I (2008). Crédito da imagem: Fábio Del Re

No âmbito formal, esta instalação é constituída por uma mesa de madeira dotada de um pequeno ralo para filtragem no centro, com um suporte metálico na parte inferior que suspende um pote de louça. Sob o prisma da subjetividade, a predominância da cor branca, que também aparece em outras criações da artista, pode ser interpretada como uma metáfora para a depuração da matéria, bem como para aquilo que se evapora e, consequentemente, desaparece.

De acordo com o Sergio Gonzales Valenzuela, crítico e curador chileno, várias obras de Dione Veiga Vieira “parecem ser articuladas a partir de ‘ready-mades’ ou assemblages, objetos retificados, e sua funcionalidade se daria por um processo físico-alquímico, onde um dos seus eixos transversais seriam certos vestígios que denotam uma representação da ausência”. Este trecho integra o texto de apresentação da exposição A Liquefação e a Decantação, realizada na Galeria Gestual em 2008.

Dione Veiga Vieira iniciou sua trajetória investigando a disciplina pictórica e, posteriormente, ampliou sua experimentação para outros suportes e matérias. Seu trabalho, que já percorreu os diversos formatos, desde a pintura, o desenho, a fotografia e o vídeo, explora conjunções entre elementos: corpo e objeto simbólico, reunidos pelo estranhamento e assinalados por uma genealogia surrealista, frequentemente presente em sua linguagem visual.

Graduada em Letras e especializada em Artes Visuais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a artista provoca constantemente esse visível interstício entre artes plásticas e a literatura; assim, o aspecto semântico torna-se protagonista na leitura de suas obras.

Acervo FVCB | Obras da artista Regina Silveira

Hoje, apresentamos algumas fotogravuras da artista Regina Silveira (Porto Alegre/RS, 1939) que foram doadas em 2020 para o nosso Acervo. Estes três exemplares compõem a Série Voodoo (2015) e dão continuidade aos trabalhos em que a artista explora profusamente a projeção de sombras. Denota-se a transformação de objetos comuns (um parafuso, uma tesoura, um garfo) em consequências perigosas, realçadas pelas perfurações sobre o papel como se fossem ferimentos.

Voodoo series 1

Voodoo series 1, Voodoo series 2 e Voodoo series 3 se originam a partir da fotografia e questionam a representação ancorada na perspectiva. Tais trabalhos somam-se ao amplo conjunto de obras de Regina Silveira presente na Coleção de Artistas Contemporâneos FVCB. São diversas técnicas, entre as quais há pintura, gravura, desenho e fotocópia, que perpassam mais de quatro décadas de produção artística.

Voodoo series 2

A exposição mais recente da artista na FVCB ocorreu em 2020, com visitação presencial limitada em decorrência da pandemia, mas bastante apreciada pelo público que prestigiou. Com curadoria de Pablo Santa Olalla, Muntadas / Silveira. Diálogos. Mundo, Arte, Vida, como o próprio título sugere, estabeleceu paralelos entre as trajetórias de Regina Silveira e de Antoni Muntadas, reunindo cerca de 40 trabalhos. O catálogo está disponível online.

Voodoo series 3

Artista multimídia, gravadora, pintora e professora aposentada, Regina Silveira possui graduação pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS) e mestrado e doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), onde lecionou no Departamento de Artes Plásticas a partir de 1974.

Desde os anos 1960, ela exibe seus trabalhos em numerosas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Participou da I Bienal de Havana, Cuba, em 1984, da Bienal Internacional de São Paulo (1981, 1983 e 1998), da 2ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, em 2001, da Trienal Poli/Gráfica de San Juan, em Puerto Rico (2004), da 6ª Bienal de Taipei (2006) e da Philagrafika, em Philadelphia, EUA (2010).

Acervo FVCB | Obra da artista Helena d’Avila

Chegou a vez de apresentarmos o trabalho da artista Helena d’Avila (Porto Alegre/RS, 1961), que intensifica sua presença na Coleção Artistas Contemporâneos FVCB. A obra Sem título, recentemente doada para o nosso Acervo, é datada de 2015, mas remete ao ano de 2005, quando Helena participou da mostra coletiva 3X4 construindo a identidade, com os artistas Carlos Krauz, Laura Fróes e Nelson Wilbert.

Sem título, 2015, em exposição no MACRS

“Na exposição mostrei uma sequência de sete canteiros com flores sintéticas expostos no chão, que remete aos tapetes das procissões de Corpus Christi, ou, como Susana Rangel, no texto de apresentação escreveu, refrão da letra dos Titãs: ‘as flores de plástico não morrem’ também remetem aos cemitérios contemporâneos, sem lápides, apenas buquês de flores no chão”, relata Helena.

Artista Helena d’Avila

3X4 construindo a identidade impulsionou a criação do projeto 3X4 VIS(I)TA, que consistia na realização de exposições de curta duração no ateliê de artistas. “Um dos artistas visitados foi o Luiz Gonzaga Mello Gomes, o professor Gonzaga. Seu trabalho tão orgânico, repleto de natureza e formas sedutoras, além disso um enorme muro repleto de heras, isso chamou minha atenção. (…) Esta visita foi em 2007 e fiz a instalação com o título de Intervenção natural”.

Detalhe da obra

No ano de 2015, o projeto 3X4 VIS(I)TA resultou em uma exposição no Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS) em 2015, com trabalhos dos quatro artistas e dos visitados, sob a curadoria de Paula Ramos. Segundo Helena, a obra “Sem título” não foi uma releitura do que fez em 2007 no muro de heras, nem um formato para a Galeria, mas um processo que evoluiu desde o primeiro canteiro no chão, em 2005. “Fiz um enorme muro de heras sobre grama artificial, claro, veio daquele ateliê, ambiente de natureza, minha referência ao trabalho do Gonzaga. Entre flores de plástico, tidas como cafonas, sem cheiro nem vida, mas com toda a conotação de um Grande Portal, sim, por que não? Todos os elementos estão ali, não teria como fugir do primeiro tapete de Corpus Christi, nem das lápides no chão. As flores de plástico não morrem…”

Foto 1: Fábio Del Re & Carlos Stein.
Fotos 2 e 3: Divulgação.