Acervo, Notícias

Acervo FCVB | Obras do artista Wilson Cavalcanti

Hoje, apresentamos um pouco da vasta obra do artista Wilson Cavalcanti (Pelotas/RS, 1950). Além de quatro litografias que já constavam em nosso Acervo, agora a presença do artista se amplia na Fundação Vera Chaves Barcellos com um lote de trabalhos recentemente adquirido.

Também conhecido como Will Cava, ele é formado pelo Atelier Livre Xico Stockinger, onde atua há mais de 20 anos como professor de desenho, xilogravura e gravura em metal. Desde a infância, enfrentou muitas dificuldades por problemas de saúde relacionados à mobilidade restrita das pernas, impossibilitando seu acesso à escola. Tal condição foi agravada pela precariedade financeira de sua família e, somente na adolescência, ele obteve oportunidade de estudar.

Segundo o artista, por muitos anos tudo em sua vida esteve bloqueado. “Mesmo as coisas mais banais como me locomover, eu não tinha acesso. Justamente nesta época comecei a ser assediado por seres, cenas, paisagens, situações, que haviam em minha volta e pediam concretude. Eu não tinha uma máquina fotográfica para documentar o que via e mesmo que tivesse acho que não captaria o que via. Então abri portas e janelas e as deixei saírem, comecei a desovar em papéis, assim comecei a desenhar. Tendo apreendido a andar, quis ver mais coisas, mais gente outros lugares tornando-me um andarilho sem eira nem beira”.

Ainda nas palavras de Cava: “Através de cada porta aberta, de cada fresta aberta vão surgindo meus ‘trabalhos’. Após realizados e ao observá-los, me parece que estão anos-luz de distância daquilo que vi ou senti. Então recomeço tudo de novo.” E ressalta: “A vida é feita de conflitos e o ser humano sendo parte da vida, ele mesmo é uma expressão deste conflito”.

Do conjunto de obras incorporado à nossa Coleção, algumas ilustram essa postagem: os três primeiros trabalhos (têmpera a ovo) são uma homenagem ao artista e professor Paulo Peres. O quarto desenho é um questionamento sobre como algumas religiões podem causar tantas tragédias em nome de Deus e do amor. Os dois últimos trabalhos sobre papel couché em técnica mista remetem aos tempos sombrios em que vivemos atualmente.

Acervo FVCB | Obra da artista Helena Kanaan

Dando sequência à série de conteúdos sobre artistas que tiveram obras incorporadas à Coleção Artistas Contemporâneos Fundação Vera Chaves Barcellos nos últimos anos, abordamos, hoje, o trabalho de Helena Kanaan (Bagé/RS, 1961).

Artista visual, com investigações em Gravura Contemporânea e Procedimentos Híbridos da Arte Impressa, Helena Kanaan atua como docente no Instituto de Artes da UFRGS. Possui Doutorado e Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS/Universidade Politécnica de Valencia, na Espanha; e Especialização pela Scuola d’Arte Grafica Il Bisonte em Florença, na Itália. Foi professora no Centro de Artes UFPel (1991/2013). Na UFRGS, coordena o grupo de extensão Núcleo de Arte Impressa e o Grupo de Pesquisa Práticas Críticas da Gravura à Arte Impressa. Já participou de exibições individuais e coletivas tanto no Brasil quanto em outros países (Argentina, Espanha, Polônia, Coreia do Sul, Itália).

A obra acima – Sem título, de 2002 – é uma litografia produzida em duas matrizes calcárias com processo degradê. Vermelho e preto predominam na composição, que conta ainda com amarelo e branco.

Nas palavras da artista sobre a criação deste trabalho: “Um pouco de Beuys, um pouco de Tápies, um pouco de mim. Vida e morte! A mácula, transferência, estancamento. Trabalhar com litografia é embrenhar-me na matéria e suas temporalidades, partilhando os acúmulos e as fragilidades que se farão na imagem impressa. Aguadas, isolamentos, raspagens, sobreposições”.

A obra foi adquirida pela FCVB em 2019 por meio do Consórcio de Gravuras do Museu do Trabalho, uma iniciativa que representa a continuidade de um processo de produção e difusão da gravura no Rio Grande do Sul, iniciado nos anos 1950, com o Grupo de Bagé e com Clube de Gravura, e que tem sido, nestes quase 70 anos, uma referência nacional e internacional.

Helena Kanaan também comenta que estar no Acervo da FVCB “é pertencer a um arquivo que propicia conhecimento da arte em muitas vertentes. Um olhar expandido que colhe e acolhe fazeres e saberes contribuindo para uma imersão na pesquisa, no educativo, no sensível.”

Acervo FVCB | Obra da artista Monika Funke Stern

A partir desta semana, iniciamos uma série de divulgações sobre artistas que tiveram obras incorporadas à Coleção Artistas Contemporâneos Fundação Vera Chaves Barcellos. São trabalhos que foram adquiridos ou recebidos como doação nos últimos dois anos, e que agora integram o Acervo da FVCB.

A artista que apresentaremos hoje é Monika Funke Stern (Bergisch Gladbach, 1943), videoartista, cineasta e autora alemã. Ela possui formação em filosofia e jornalismo, tendo atuado como professora de comunicação visual na Universidade de Artes de Berlim e de design audiovisual na Universidade de Ciências Aplicadas de Düsseldorf. Desde 1979, trabalha como cineasta independente. É autora de filmes e textos experimentais, escreveu artigos sobre teoria do cinema e é documentarista, galerista e organizadora de exposições.

A obra Frankensteins Töchter (As filhas de Frankenstein), de 2016, que foi doada pela artista à FVCB em 2020, é uma videoarte que alude para a constituição de uma criatura ‘perfeita’, explorando a obsessão pelo padrão estético amplamente difundido na televisão e na publicidade, a partir dos anos 1980. Um bisturi, uma cama de bronzeamento e os correspondentes ativos financeiros, tudo é possível. Compreende-se assim que Frankenstein foi ultrapassado por sua criação, que se “aperfeiçoou” independentemente – mas essa independência tem pouco a ver com emancipação.

Nas imagens acima, é possível observar algumas das cenas de Frankensteins Töchter. O vídeo teve exibição na mostra Techne, ocorrida em 2019 simultaneamente em Porto Alegre e Berlim, com curadoria da artista e professora Elaine Tedesco, que foi quem indicou o trabalho de Funke Stern para a FVCB.

Acervo FVCB | Obra de Nelson Wilbert em exposição no Farol Santander

Hoje, apresentamos a você um pouco da produção artística de Nelson Wilbert, que integra a Coleção Artistas Contemporâneos – FVCB, com alguns registros de sua exposição individual Imagem Metamórfica.

Sem título, série Camuflagens, 2010. Acrílica sobre tela.

Sob a curadoria de André Severo, a mostra reúne cerca de 40 obras que materializam as últimas três décadas do trabalho de Wilbert. Aliando imagens da história da pintura ocidental aos padrões formais sobrepostos digitalmente, o artista opera em duas instâncias: a manipulação/sobreposição de imagens no meio digital e a transferência do que foi elaborado para a tela de pintura.

Uma das obras em exibição faz parte do Acervo FVCB: Sem título, da série Camuflagens, de 2010, que foi exibida na mostra Pintura: da matéria à representação, na FVCB.

Nas palavras do artista Mário Röhnelt: “Mona Lisa de Leonardo da Vinci ao longo do tempo foi transformada na marca absoluta a representar a grande pintura ocidental. Carrega o estigma positivo e modelo de gênio humano triunfante a tal nível de popularidade que o que conhecemos dela é agora apenas um ícone degradado e alienado do que ela realmente é. Nelson Wilbert submete a referida obra e um dos diversos padrões decorativos de Morris a um processo de simplificação gráfica de formas e cores e posteriormente relaciona os dois temas por transparência entre si. Parece haver certo cuidado nos níveis de transparência. Nenhum dos dois temas se sobressai, mas constituem um todo homogêneo, uma superfície derretida e dançante sobre a qual o olhar passeia por entre as formas que deslizam e direcionam-se umas às outras. A única tensão é aquela à qual a razão é submetida na tentativa de discernir as formas que elas representam e a que pertencem. As duas camadas tendem a se multiplicar virtualmente em muitas outras, sendo difícil distingui-las”.

Imagem Metamórfica segue em exibição até 27/03.
Mais informações em: @farolsantander

Acervo da FVCB | Obra de Dione Veiga Viera em exposição no Margs

Você já visitou a exposição TERREAL da artista Dione Veiga Vieira no Museu de Arte do Rio Grande do Sul?

Entre as mais de 40 obras, expostas em duas salas, assinalando o momento de rompimento da artista com a pintura na virada dos anos 2000, está “Do Mar Purpúreo”, de 2012, instalação que integra a Coleção Artistas Contemporâneos Fundação Vera Chaves Barcellos.


Segundo Dione Veiga Vieira, “é um trabalho que mescla objetos, fotografia e frase adesivada na parede com uma poética sobre corpo, memória e natureza. A mesa-vitrine contém objetos que fizeram parte de instalações anteriores à 2012 como conchas, colheres, potes de louça, entre outros, e objetos variados que eu mesma colecionei ao longo da vida com referências pessoais e familiares. Esses objetos se relacionam por características formais similares e abertas à diferentes leituras”.

Para a instalação no Margs, a artista acrescentou dois objetos suspensos em cabideiro na parede, um trabalho inédito. “Esses dois objetos estão relacionados às fotografias: o passaguá e o vestido utilizado na ação poética que denominei “Do Mar Purpúreo”. Nessa ação poética (registrada nas fotografias), estou retirando um ovo do mar, em uma simbologia à própria arte quando novos significados são pinçados de um determinado contexto”, contextualiza Dione Veiga Vieira.

A mostra da artista, com curadoria Francisco Dalcol e Fernanda Medeiros, contempla outras produções que incorporam diversos meios e linguagens, como escultura, instalação, fotografia, vídeo, texto, fotoperformance e apropriação de objetos tridimensionais, além da utilização de materiais naturais e industriais, valendo-se em alguns trabalhos do caráter narrativo e poético.

Como primeira individual de Dione Veiga Vieira apresentada pelo Museu, a exposição se insere no programa “Histórias ausentes”, dedicado a projetos de resgate, memória e revisão histórica.

Dione Veiga Vieira — TERREAL segue em exibição até 17.04.2022. A visitação é gratuita, de terça-feira a domingo, 10h às 19h (último acesso 18h30). Mais infos em: @museumargs e margs.rs.gov.br

Crédito das imagens:
1 | Registro do público na abertura da exposição
2, 3 e 4 | Anderson Astor

Obras raras da artista Vera Chaves Barcellos

Provavelmente, você desconhece as obras da artista Vera Chaves Barcellos abaixo:

 

Pinheiro, 1963

 

Vegetação e Vento, 1964

 

Tensão, 1966

 

Guache II, 1986

 
São trabalhos raros, alguns até inéditos para o público, da década de 1960 e 1980, que foram comercializados ao longo do ano de 2021 por Ana Guerra (@anaguerra.escritoriodearte), jornalista e representante de Vera Chaves Barcellos no Rio Grande do Sul.

“Pinheiros” e “Vegetação” são duas litografias sobre papel produzidas em 1963 e 1964, respectivamente. Já a terceira obra, intitulada “Tensão”, está entre as raras gravuras em metal realizadas por Vera Chaves Barcellos no Ateliê de Gravura do MAM-Rio, onde a artista realizou um estágio, em 1966. Completa o conjunto, uma obra posterior, a “Guache II”, uma pintura sobre fotocópia datada de 1986.
 
SOBRE A REPRESENTAÇÃO DE ANA GUERRA ESCRITÓRIO DE ARTE

Desde o mês de maio de 2021, diversas obras de Vera Chaves Barcellos, entre gravuras, aquarelas e fotografias, dos anos 1960 até criações mais recentes, estão sob os cuidados de Ana Guerra Escritório de Arte.

Ana Guerra é jornalista, atuou como assessora de imprensa por mais de 20 anos, e hoje em dia escreve livros, artigos e representa cerca de 10 artistas plásticos contemporâneos. Ela atua de forma independente e o atendimento presencial é feito em Porto Alegre com hora marcada. Clientes, colecionadores e arquitetos de outras cidades podem receber atendimento online e presencial com prévio agendamento.

 

Ana Guerra Escritório de Arte
Fone/WhatsApp: (51) 99121.1200
E-mail: aninhaguerra@gmail.com
Instagram: @anaguerra.escritoriodearte

18.12 | Encerramento da exposição “Inéditos e Reciclados”

No sábado, dia 18 de dezembro de 2021, a FVCB realizará o encerramento da exposição Inéditos e Reciclados, mostra individual da artista Vera Chaves Barcellos que está aberta para visitações gratuitas desde 24 de abril deste ano.

SOBRE A EXPOSIÇÃO

Inéditos e Reciclados reúne trabalhos desenvolvidos ao longo de mais de 40 anos de investigação fotográfica na produção da artista Vera Chaves Barcellos.  A exposição apresenta 19 trabalhos desenvolvidos a partir dos anos 70 até as produções mais recentes.

Através do conjunto de obras, conseguimos nos aproximar e entrar em contato com o olhar e o processo de criação da artista, e percebemos que seu interesse pela fotografia vai muito além do simples registro, considerando seu caráter diverso, suas possibilidades de manipulação, ressignificação e os jogos visuais.

 

SOBRE A ARTISTA

Artista de grande importância para a história da arte contemporânea brasileira, o trabalho de Vera Chaves Barcellos tem como fio condutor a experimentação e a linguagem fotográfica, que ela usa como meio para investigar a imaginação, a memória e processos intelectuais de percepção. Nesta exposição, séries mais recentes se referem a alguns aspectos da história da arte moderna e da arquitetura, fazendo uma homenagem à fotografia analógica, pois muitas das obras representadas tiveram nesta sua origem.

 

VISITAÇÃO

Transporte gratuito no sábado, 18.12

No sábado, 18/12, será oferecido um transporte gratuito de ida e volta, com saída às 14h, em frente ao Theatro São Pedro, Centro Histórico de Porto Alegre. Para se inscrever, basta entrar em contato pelo e-mail info.fvcb@gmail.com ou pelo telefone (51) 98229-3031, informando seu nome completo e número do RG. Cada pessoa inscrita receberá a confirmação do setor Educativo referente à disponibilidade de assento. Para acessar o ônibus, será necessário apresentar comprovante de vacinação e uso obrigatório de máscara. Na Sala dos Pomares, a circulação também será mediante uso obrigatório de máscara, com oferecimento de álcool gel.

Agendamentos de visitas individuais ou em grupo

Terça-feira, das 10h às 17h;
Quarta-feira, das 14h às 17h;
Quinta-feira, das 14h às 17h;
Sexta-feira, das 14h às 17h;
Sábado, das 13h30 às 17h30 (última entrada às 17h).

_Agendamentos pelo telefone: (51) 98229-3031 ou e-mail: educativo.fvcb@gmail.com preferencialmente com 24h de antecedência, mediante e-mail de confirmação do setor Educativo.

Endereço | Sala dos Pomares

Av. Senador Salgado Filho, 8450
Viamão – RS
CEP 94440-000
Fone: (51) 98229.3031

Obra de Vera Chaves Barcellos participa do Loop Festival, em Barcelona

A obra “No a la Guerra”, de Vera Chaves Barcellos, está em exposição na Galeria Zielinsky como parte do Festival Loop de Barcelona (@loop_festival_barcelona) e fica em exibição até o dia 17 de dezembro.

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Obra de Vera Chaves Barcellos conta com nova representação no Rio Grande do Sul

Aos apreciadores da extensa, inovadora e eclética obra de Vera Chaves Barcellos, e que gostariam de adquirir suas criações, a artista conta com nova representação, em parceria iniciada em maio deste ano. São inúmeras gravuras e fotografias, muitas delas raras e inéditas para o público, das décadas de 1970 até criações recentes, que estão sob os cuidados de Ana Guerra Escritório de Arte. Leia mais »

Livro Diário de uma Boneca, de Lia Menna Barreto, em oferta na FVCB

Oferecemos, com desconto exclusivo, o belíssimo livro “Diário de uma Boneca”, sobre a emblemática obra de Lia Menna Barreto. Editado em 2019, por iniciativa e produção da FVCB, essa edição de tiragem limitada, com design gráfico da premiada Raquel Castedo, é fartamente ilustrada com magníficas fotografias de Leopoldo Plentz, com textos em português, espanhol e inglês.

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