Encontro com curadores e artistas de Aã
Na última terça (31 de outubro), aconteceu o encontro Aã, seus desígnios e o que não vemos, programação paralela à mostra Aã, em exibição na Fundação Vera Chaves Barcellos.
Uma exposição de arte como um sistema aberto ao fluxo imaginativo e criativo dos curadores, artistas e público. Aã, mostra da Fundação Vera Chaves Barcellos inaugurada em setembro deste ano, iniciou no último dia 31 de outubro uma série de encontros com os curadores e artistas participantes da exposição.
Intitulada Aã, seus desígnios e o que não vemos, a programação foi sediada na Galeria de Arte Mamute e contou com ampla adesão do público. Além de Laura Cattani e Munir Klamt, os artistas Elida Tessler e Túlio Pinto integraram a mesa.
Laura Cattani e Munir Klamt contaram que um dos critérios para escolha dos trabalhos que integram Aã foi a afinidade com a lógica criativa adotada pela dupla na elaboração dos próprios trabalhos. Apesar de não assinarem como artistas nenhuma das obras em exposição em Aã, alguns dos chamados “documentos de trabalho” em exibição na mostra tem participação criativa dos curadores, como, por exemplo, a construção da escada em meio a um dos pomares da FVCB, que remete a uma fotografia realizada pela artista Vera Chaves Barcellos e que ilustra a capa do livro Obras Incompletas, de François Soulages sobre a trajetória da artista.
Outro aspecto a se ressaltar na curadoria artística da Ío é a relação com o ecossistema em torno da Fundação, que gerou projetos especialmente desenvolvidos para a mostra a partir de elementos naturais do entorno da FVCB, caso das obras de Antônio Augusto Bueno, Marina Camargo, Guilherme Dable e Elcio Rossini, entre outros.
A participação de Elida Tessler se deu a partir da seleção de obras da artista pertencentes ao Acervo da FVCB, à coleção Artistas Contemporâneos. As duas obras de Elida presentes na mostra Phosphoros e Meu nome ainda é vermelho relacionam literatura e artes visuais, estabelecendo conexões entre imagem e palavra, respectivamente fazendo correspondência com as obras literárias Fahrenheit 451, do estadounidense Ray Bradbury, e Meu nome é vermelho, do escritor turco Orhan Pamuk.
Túlio Pinto, artista brasilense radicado em Porto Alegre, participa de Aã com um trabalho montado especialmente para a Sala dos Pomares Athar # 01. A obra formada por duas barras de ferro e vidro soprado encontra ressonância na produção poética do artista que explora a materialidade em sua potência estética.
Em cartaz na Fundação Vera Chaves Barcellos até 16 de dezembro de 2017, Aã terá ainda encontros com os curadores e artistas em Pelotas e Rio Grande. E no dia 18 de novembro será a vez de Viamão receber os curadores e aristas convidados para um encontro com o grupo de educadores que frequenta o Curso de Formação Continuada em Artes Visuais da FVCB, iniciativa realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Viamão.