Fundadora da  Galeria Bolsa de Arte, um reduto da arte contemporânea, Marga Pasquali, em entrevista ao site O Beijo, falou sobre a abertura de uma filial em São Paulo, avaliou o ano de 2014 e revelou suas expectativas para 2015.

Site O Beijo – Quais são as expectativas para 2015? 


Marga Kroeff – Do ponto de vista econômico, 2015 deve ser um ano delicado, mas estamos otimistas. Sabemos que a arte brasileira é cada vez mais reconhecida internacionalmente e também quanto trabalho ainda há para ser feito no sentido de apresentar grandes artistas – jovens e históricos – para o público local e internacional. Abriremos nossa programação com exposições de Antonio Henrique e Saint Clair Cemin. São nomes que seguramente trazem consigo as melhores expectativas.

Site O Beijo – A Bolsa de Arte é uma das mais importantes galerias do sul do país. O que a motivou a abrir uma filial em São Paulo?

Marga Kroeff – São Paulo é um polo, é onde a vida cultural acontece, as conexões são feitas e já era mais do que hora de estarmos aqui. A abertura física foi quase uma extensão do que já vínhamos realizando ao longo de décadas, com uma presença constante em feiras nacionais, como a SP-Arte e SP-Arte Foto.

A partir da filial paulistana, podemos ter um contato ainda maior com alguns colecionadores, curadores e artistas. Além disso, a cidade é uma vitrine para os artistas que trabalhamos. Embora saibamos que boa parte deles já conquistou o mercado no Brasil, buscamos  que eles sejam vistos por um público cada vez maior.

 

Site O Beijo –  Como foi o ano de 2014 para Galeria Bolsa de Arte? Foi um ano de crescimento?

2014 foi um ano muito positivo. Fortalecemos nossa marca e abrimos uma nova rede de contatos, além de podermos, por meio da nova estrutura em São Paulo, estar mais próximos de muitos clientes e artistas.

Do ponto de vista da produção também foi excelente: fizemos individuais de grandes artistas, como o fotógrafo Valdir Cruz, mestre da fotografia preto e branco; Carlos Vergara, um nome histórico na arte brasileira; e as talentosas artistas Shirley Paes Leme com a exposição Micro-histórias Diárias e Lia Menna Barreto com Bordados.

Finalizamos o ano com a Expo 14/15. A coletiva foi a estréia de Luiz Roque como curador. A mostra foi semelhante a nossa abertura em SP, quando realizamos A Invenção do Horizonte, com 17 artistas selecionados por Cauê Alves. Ambas mostras exibiam grandes nomes da arte brasileira com os quais trabalhamos: Saint Clair Cemin, Regina Silveira, Vera Chaves Barcellos, Hugo França, entre outros.

 

Site O Beijo – Quais as principais diferenças entre o mercado porto alegrense e o paulista? O volume de vendas é muito diferente?

O tipo de contato entre as pessoas, o tempo que leva e o tipo de aproximação é um pouco distinto em alguns aspectos. São Paulo tem esse caráter mais fervilhante, já Porto Alegre tem um olhar bem mais atento para quem é da cidade e do estado. No entanto, acredito que o perfil do colecionador de qualquer cidade é mais generalista e universal, aberto às diversas manifestações e novidades.

É claro que há uma questão de gostos e focos de coleções, mas o público que frequenta a Bolsa de Arte sempre se mostra muito aberto e interessado em conhecer estilos e suportes diferentes, basta ser uma produção de qualidade, que traga um novo olhar sobre a arte e o mundo.

No que concerne ao aspecto financeiro, há sim um volume maior de colecionadores em São Paulo e, consequentemente, uma proporção de vendas maior. Mas é proporcional ao tamanho e densidade populacional das cidades