• Exposição DES|ESTRUTURAS

A sala dos Pomares acolheu no primeiro semestre de 2012, aexposição DES|ESTRUTURAS: conjunto de obras da coleção da FVCB pertencente a diversas épocas – dos anos 60 até a atualidade – que reuniu autores brasileiros e estrangeiros, reafirmando a arte como um fenômeno complexo e digno de ser estudado e analisado.

 

 

  • Programa Educativo Sala dos Pomares: experiências em arte contemporânea e sua contribuição educativa

Iniciado no ano de2011 em caráter experimental, resultado de uma exitosa parceria entre a FVCB e a Secretaria Municipal de Educação de Viamão, o Programa Educativo da FVCB foi reconhecido e contemplado em 2012 no edital do IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus. A partir deste ano, o Programa estendeu-se aos professores das redes municipal e estadual de ensino da microrregião de Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada, municípios vizinhos à Viamão.

Através do projeto contemplado, “Sala dos Pomares: experiências em arte contemporânea e sua contribuição educativa” a FVCB inovou oferecendo o Curso de Atualização em Artes com foco em História da Arte, direcionado a docentes. Ministrado pela profª Dra. Paula Ramos, docente do Instituto de Artes da UFRGS e sob a coordenação pedagógica da arte-educadora Margarita Kremer, profissional com larga experiência em programas educativos em diferentes instituições museológicas, o curso abordou temas como a revisão de conceitos e práticas do campo das artes visuais, notadamente no que se refere à arte moderna e à arte contemporânea, propondo um panorama crítico sobre a criação atual e aproximando os docentes dessa produção através do próprio acervo da FVCB.

 

Programa Educativo da FVCB recebe Prêmio Darcy Ribeiro

O Programa Educativo da FVCB recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro 2012, como reconhecimento das suas ações e práticas de educação museal. 

O Prêmio Darcy Ribeiro, em sua 5ª edição, é uma iniciativa do IBRAM para a premiação de práticas e ações de educação museal que por meio das diversas relações de mediação com os públicos, convidem à apropriação, em sentido amplo, do patrimônio cultural, valorizando-o e promovendo sua preservação.  

O projeto premiado na convocatória de 2011, Sala dos Pomares: experiências em arte contemporânea e sua contribuição educativa,  implementado em 2012, incluiu formação continuada através de um original curso de atualização no ensino de  artes estendido aos professores de várias áreas do conhecimento, além da produção de material pedagógico próprio.  Ao longo do 1° semestre de 2012, os conteúdos relacionaram-se à exposição DES| ESTRUTURAS e, no 2° semestre, à exposição Julio Plaza – Construções Poéticas.

 

 

REM se reúne na FVCB

A Sala dos Pomares, em Viamão, foi sede de um encontro da Rede de Educadores em Museus (REM-RS) no sábado, dia 8 de dezembro. Na ocasião, a FVCB pode compartilhar suas práticas pedagógicas com outras instituições culturais do estado.

Em um primeiro momento, a coordenadora de projetos da FVCB, Carolina Biberg, fez uma apresentação sobre o Programa Educativo FVCB através deum balanço das atividades realizadas em 2012. Entre as novidades implementadas neste ano foram destacados o Curso de História da Arte para professores da rede pública de ensino em Viamão e o Canal do Educador, que estabeleceu um contato semanal entre a FVCB e as professoras participantes. Partindo de uma demanda da Secretaria de Educação de Viamão, o programa descentralizou-se, realizando aulas em escolas de vários bairros do município. “As professoras viram que podem trabalhar com arte contemporânea a partir da sua formação em literatura ou matemática, por exemplo”, contou Carolina.

Na segunda parte do encontro, a conselheira do REM-RS e diretora do Museu do Trem de São Leopoldo, Alice Bemvenuti, apresentou um relatório da sua participação no 5º Fórum Nacional de Museus, realizado entre 19 e 23 de novembro em Petrópolis (RJ). Como coordenadora do GT Ação Educativa, Alice promoveu um debate sobre a ação educativa em museus no dia 21 de novembro.

Para mais informações sobre o REM-RS, acesse: remrgs.blogspot.com.br

 

  • Apresentação do PROGRAMA EDUCATIVO da FVCB no I Salão Artístico, Cultural e Científico MARS SANTANDER CULTURAL

O Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (MARS), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), e o Santander Cultural realizaram entre os dias 05 e 07 de dezembro o I Salão Artístico-Cultural e Científico, iniciativa que conta com o apoio do curso de Museologia da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da UFRGS e da Associação dos Amigos do Museu Antropológico (ASSOMARS). A edição inaugural do evento foi realizada na Sala Multiusos do Santander Cultural e objetivou o diálogo e a troca de experiências entre instituições do campo museal, assim como a apresentação de comunicações orais em Grupos de Trabalho (GTs) pelos atores sociais dedicados aos estudos, pesquisas e ações educativas e culturais nos campos da memória social, da museologia e do patrimônio cultural.

As atividades previstas incluíram palestras, debate, apresentação artística e comunicações em GTs, visando à socialização de experiências profissionais e  à publicação de trabalhos técnicos desenvolvidos em instituições de memória, museus e universidades gaúchas sobre essas temáticas.

O I Salão Artístico-Cultural e Científico foi concebido como espaço para a troca de experiências entre estudantes de graduação, pós-graduação, professores do ensino médio e superior e os profissionais que atuam em memoriais, museus, bibliotecas e arquivos, nas esferas pública e privada.

Além do curso, o projeto incluiu visitas mediadas de professores e alunos às exposições e a utilização de material pedagógico sobre a exposição DES–ESTRUTURAS, especialmente produzido para este programa, além de palestras e o encontro dos professores com os artistas Regina Ohlweiler e Eduardo Frota.

O material pedagógico foi elaborado a partir da mostra DES–ESTRUTURAS, e pautado a partir do acervo da FVCB. Os seguintes itens constituíam este material: (1) 10 fichas de leitura de obra; (2) glossário com palavras-chave para discussão e reflexão sobre os trabalhos em questão; (3) 2 jogos, reproduzindo as obras Quebra-Nuvem, de Helio Fervenza, e Combináveis e Permutáveis, de Vera Chaves Barcellos. Cada ficha, em particular, apresentava a reprodução fotográfica de um trabalho artístico, um breve texto sugerindo possíveis interpretações, a biografia sucinta do artista e a indicação de palavras-chave que relacionavam e ampliavam as abordagens da obra. Tanto as fichas como os jogos, podem ser adotados nos níveis educacionais: Infantil, Fundamental e Médio. Além desses materiais didáticos, a Fundação disponibilizou um CD com imagens de todas as obras apresentadas na mostra, convidando o professor a elaborar seu próprio roteiro para percorrer DES |ESTRUTURAS, em um processo criativo e reflexivo.

 

  • Performance Transversal do Tempo,  realizada por Carlos Wladimirsky, Maria Cristina Rosa e Rogério Nazari

A performance Transversal do Tempo,  realizada por Carlos Wladimirsky, Maria Cristina Rosa e Rogério Nazari inaugurou o novo prédio da Reserva Técnica da FVCB no dia 28 de julho. Transversal do tempo é a continuidade da performance Cais do Corpo, realizada pelos mesmos artistas em 1979 ( que incluía também  o ator Paulo Vicente, que não participa da performance atual) no Espaço NO,  coletivo de vanguarda e arte experimental do qual Wladimirsky foi  participante e  que funcionou  na Galeria Chaves  entre  os anos de 1979 e 1982.  Segundo Carlos Wladimirsky  a performance de agora é um ritual de purificação em que os participantes exorcizam memórias afetivas de suas trajetórias de vida através de ações ritualísticas buscando alcançar o espaço mítico e suas relações simbólicas.

 

SEGUNDO SEMESTRE

  • Exposição Julio Plaza – Construções  Poéticas

Realizada de 15 de setembro a 21 de dezembro de 2012, a exposição Julio Plaza –Construções Poéticas, realizou um resgate inédito da produção do artista espanhol que embora tenha sido fundamental para o cenário artístico brasileiro, ficou pouco conhecido pelo grande público. A poética única de Julio Plaza foi representada por dezenas de trabalhos datados dos anos 60, 70 e 80, incluindo serigrafias, livros de artista, esculturas, pinturas e holografias. Julio Plaza (Madrid, 1938 – São Paulo, 2003) viveu a maior parte da sua vida no Brasil e atuou como escritor, gravador, artista intermídia, teórico e professor. No país desde 1973, destacou-se pelo domínio de técnicas gráficas e por uma produção multimeios vinculada à semiologia. Foi um pioneiro no campo da arte e da tecnologia, trabalhando com videotexto, slow-cam TV, holografia, fax e computação digital. Influenciou gerações de artistas, tanto por sua criação artística quanto pelo exercício docente na Escola de Comunicações e Arte (ECA-USP), na Faculdade de Direito da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Curadoria e organização: Alexandre Dias Ramos e Vera Chaves Barcellos.

 

 

Ciclo de Palestras – Julio Plaza Construções Poéticas: Regina Silveira e Vera Chaves Barcellos falam no Santander Cultural

Convidada pela Fundação Vera Chaves Barcellos, a artista Regina Silveira trouxe ao público que compareceu ao Santander Cultural na quinta-feira (25/10) uma palestra focada na primeira fase da carreira de Julio Plaza. Foram imagens, dados e histórias do período em que o artista trabalhou na Espanha, em Porto Rico e seus primeiros meses no Brasil. A atividade integrou a programação paralela da exposição Julio Plaza – Construções Poéticas.  Em Mayaguez, Julio e Regina, sua esposa na época, trabalharam como artistas residentes na Universidad de Puerto Rico durante quatro anos. Regina contou que eles faziam viagens frequentes à Nova Iorque, onde se atualizavam lendo periódicos, visitando mostras e entrando em contato com artistas do grupo do renomado galerista Leo Castelli. Em San Juan, capital de Porto Rico, Plaza organizou diversas exposições, entre elas, uma das primeiras mostras de arte postal no mundo. A cidade ganhou dele algumas esculturas, uma delas tem seu protótipo exposto atualmente na FVCB. Regina mostrou fotos da mais surpreendente incursão de Julio por outras áreas: a construção de um carro de fibra de vidro, em uma oficina montada na sua própria casa. “Ele usou o carro em Porto Rico por quase três anos. Toda a parte elétrica e mecânica foi ele quemontou. Como as pessoas sempre se aproximavam curiosas porque o carro tinha uma aparência muito particular, o Julio criou um folheto com explicações”, relembra Regina.

Muitas obras de Julio Plaza desapareceram porque ele mesmo tinha o hábito de rasgar e jogar fora seus trabalhos.  “O Julio foi muito radical porque achava que a arte não podia ser um objeto comercial. É uma posição com a qual eu talvez concorde porque o valor da obra de arte pode ser a coisa mais arbitrária do mundo”, disse Vera Chaves Barcellos em entrevista projetada para o público. “O Julio não gostava de se intitular um artista, pensava em si como poeta, pesquisador e teórico, aliás, ele escreveu muitos textos”, conta Regina. Uma das poucas exposições individuais de Julio foi As Meninas, realizada em 1977, em São Paulo. Regina relembra a ocasião: “Ele inverteu fotograficamente os espaços da galeria Global, era uma instalação muito simples, mas rica em possibilidades”.

Além de uma entrevista com Vera Chaves Barcellos, o público também assistiu ao documentário Julio Plaza – poético e político.

 

Visita Guiada com Regina Silveira

Na manhã do dia 27 de outubro, Regina Silveira recebeu visitantes e professores integrantes do Programa Educativo para uma visita mediada à exposição “Julio Plaza – Construções  Poéticas”, na Sala dos Pomares. A obra do Julio está muito bem sintetizada, mostra como ele foi se afastando da linguagem construtiva para outras formulações”, introduziu Regina, “estou adorando estar aqui porque é um pouco da minha memória”, complementou. Regina ressaltou que a produção gráfica de Julio domina a exposição. Ela explicou que algumas das obras foram feitas na gráfica que a Universidad de Puerto Rico montou para o Departamento de Arte na época em que ela e Julio eram artistas residentes lá. “O livro, o álbum e a série sempre estiveram na cabeça do Julio como formas melhores de apresentar um trabalho. ‘Anarquiteturas’ (1969) é um álbum e é um dos trabalhos que foram feitos lá e trazidos para o Brasil, ou seja, ele foi salvo, porque deixamos pilhas de gravuras em Porto Rico. Eu sempre vou lembrar das obras amontoadas na calçada da nossa casa”, comentou Regina. Outros trabalhos da exposição foram produzidos na fotoliteira que Julio construiu quando se estabeleceu no Brasil. Regina percorreu toda a exposição detalhando como, quando, onde e sob quais circunstâncias as obras foram feitas. Explicou que uma parte dos trabalhos é influenciada pelo interesse de Julio por sistemas filosóficos orientais. “No começo dos anos 80, ele estava pesquisando o fluxo de energia da caligrafia”, conta ela. A litografia “Halley” (1986) sintetiza essas preocupações em apenas uma pincelada que exigiu inúmeras tentativas. Outra parte da produção exposta se apoia na veia crítica de Julio Plaza. Um exemplo é o poema visual que organiza a frase “Brasil país do futuro” em um círculo, aludindo a uma serpente que morde a própria cauda. “Ele repetiu a letra ‘s’ para lembrar o ruído que a serpente faz”, esclareceu Regina. Olhando para as serigrafias “Duchamp X Vasarely” (1975) e “Sem título” (1975) ela ainda comentou: “São dessacralizadoras, tentativas de desconstruir o significado da arte. O Julio juntou ícones da arte como Duchamp e Vasarely porque tinham poéticas bem diferentes com o objetivo de fazer um embate entre eles”. Além da visita guiada, as professoras da rede pública de Viamão debateram com a coordenadora educativa da mostra, Margarita Kremer, as possibilidades de abordar questões de Julio Plaza em sala de aula. “Precisamos mostrar que existem possibilidades de aprendizagem  fora dos padrões formais. O Julio, por exemplo, começou trabalhando direto com matemática a partir de Mondrian”, explicou Margarita. Em breve, os docentes receberão um material didático completo para auxiliá-las na tarefa.

  • 3×4 visita Vera Chaves Barcellos e Patricio Farías

No dia 20 de outubro de 2012, o grupo 3×4 apresentou o resultado de quatro meses de trabalho intenso:  3×4 vis(i)ta Vera Chaves Barcellos e Patricio Farias, uma exposição que propôs uma nova experiência do espaço no interior da Reserva Técnica da Fundação Vera Chaves Barcellos. Mais de cem visitantes foram a Viamão conferir a exposição-vernissage que durou apenas uma tarde. Ao entrar no ambiente, cada um era surpreendido por enormes faixas coloridas que desenhavam sobre o chão e as paredes as plantas dos ateliês de Vera Chaves Barcellos e Patricio Farías.

À medida que os olhos se acostumavam à luz do interior da sala, os visitantes percebiam a projeção das janelas de cada ateliê na parede e imagens da textura dos respectivos pisos no chão. Tudo conspirava para a ideia de fusão dos espaços de trabalho de Vera e Patricio, que são casados e trabalham em dois ateliês ao lado da FVCB. Desde 2006, o grupo 3×4, formado por Carlos Krauz, Helena d’Ávila, Laura Fróes e Nelson Wilbert, vem explorando os espaços de trabalho de vários artistas gaúchos com o Projeto Vis(i)ta. “A proposta do Projeto Vis(i)ta é conversar com o artista e conhecer o espaço de trabalho dele, pensar esse espaço e o processo de trabalho como uma obra de arte”, explica Carlos Krauz.

A exposição 3×4 vis(i)ta Vera Chaves Barcellos e Patricio Farias foi a única vez que o grupo trabalhou com dois artistas ao mesmo tempo. Eles contaram com a ajuda da arquiteta Ada Broilo e de Denise Liege, encarregada da produção de vídeo. Com a assessoria de Ada, o grupo reconstituiu as plantas dos ateliês de Vera e Patricio. “Quando a gente estava tirando as medidas, levamos uma bússola e notamos que os dois ateliês e a Reserva Técnica estavam orientados a 31°S e 52°O”, conta Ada. A partir deste eixo, os artistas sobrepuseram as plantas e puderam traçar o desenho dos ateliês sobre o chão e as paredes da Reserva Técnica. Uma série de painéis e uma maquete eletrônica mostravam detalhes desse processo.

Denise Liege, também contratada especialmente para esta edição do projeto, auxiliou o grupo na gravação de uma entrevista com Vera Chaves Barcellos e de um vídeo que costurava imagens dos dois ateliês realizadas pelos integrantes do 3×4. Nelson Wilbert conta um pouco sobre isso: “Os quatro artistas do grupo filmaram com várias mídias: celular, máquina fotográfica, câmera, e a Denise nos filmou. A ideia foi costurar essas imagens depois. Os ateliês são os bastidores e a gente queria mostrar isso, artistas trabalhando.”

Alguns trabalhos de Patricio e Vera também foram incorporados à mostra: uma série de desenhos de Patricio e uma obra de Vera, na qual Patricio foi inserido em uma fotografia em preto e branco de Duchamp. Devido à manipulação, os dois parecem conversar.

A exposição 3×4 vis(i)ta Vera Chaves Barcellos e Patricio Farías inaugurou o espaço da Reserva Técnica, que receberá o acervo da FVCB. O evento também marcou o encerramento do Projeto Vis(i)ta que deve se desdobrar em uma exposição coletiva com todos os artistas participantes desde 2006 e um livro que compilará a memória dos encontros, conversas e trabalhos realizados.

6º Primavera dos Museus na FVCB

A Fundação Vera Chaves Barcellos realizou no dia 29 de setembro uma visita à exposição Julio Plaza – Construções Poéticas, mediada por Margarita Kremer e Paula Ramos. O programa fez parte da 6ª Primavera dos Museus, realizada entre os dias 24 e 30 de setembro em mais de 800 museus.