Intitulada Fata Morgana ou A Imagem Transformada, a exposição individual da artista Vera Chaves Barcellos conta com curadoria de Ana Albani de Carvalho e  inaugura em agosto na Galeria Bolsa de Arte de São Paulo.

No dia 8 de agosto, a partir das 13h, a Galeria Bolsa de Arte, inaugura a exposição Fata Morgana ou A Imagem Transformada. Trata-se de uma mostra que apresenta diversas fases da carreira de Vera Chaves Barcellos.

Serão apresentados cerca de 12 trabalhos que compreendem diversos momentos de sua produção, em sua maioria fotografias, e a série Fata Morgana (2014), nas quais fotografias digitais aparecem divididas em quadros menores, com alguns dos quadros sobrepostos a partir de detalhes de um todo maior, de modo a reconfigurar e questionar a imagem original.

A artista diz que a fotografia foi decisiva dentro de seu percurso artístico. “Só encontrei  mesmo meus caminhos depois que passei a fazer fotografia e educar o meu olhar através da fotografia”, disse em entrevista à curadora Glória Ferreira.

Na galeria Bolsa de Arte, Vera apresenta 11 séries fotográficas de distintos momentos de sua carreira. Entre elas estará presente o emblemático trabalho “Epidermic Scapes”, de 1977, série de fotografias em preto e branco que foram feitas a partir de impressões de fragmentos da pele do corpo humano sobre papel vegetal – na exposição da galeria haverá seis delas – , “On Ice”, registro da performance de Flavio Pons e Cláudio Goulart, realizada na superfície congelada de um lago em Amsterdã, em 1978.

O trabalho de Vera Chaves Barcellos sempre trouxe reflexões sobre a natureza da imagem e a crítica à ideia de representação na contemporaneidade. Como escreveu Moacir dos Anjos no catálogo da exposição “O Grão da Imagem” (ocorrida no Santander Cultural, em Porto Alegre, em 2007): “Em diversos momentos de sua trajetória, a artista parece afirmar que, em um ambiente dominado pela cultura da informação e pela excessiva circulação de imagens, não há mais como representar a realidade”. E completa: “Abstendo-se de celebrar ou contestar tal estado de coisas, Vera Chaves Barcellos opta por investigar criticamente suas consequências para a afirmação de identidades”.

Entre outras das séries que estarão na Galeria Bolsa de Arte a partir de 8 de agosto estão, da década de 90, “Sudários” e “A Filha de Godiva”, impressão de digital a partir de imagem fotográfica e radiologia e, da produção a partir de 2012, “Fata Morgana – Fragmentos” e “Mulheres do Mundo”.

Embora a temática do trabalho de Vera traga questões complexas sobre as poéticas visuais do mundo contemporâneo, uma das características de seu trabalho é o humor, algo que pode ser percebido em trabalhos como “O Estranho Desaparecimento de Vera Chaves Barcellos” (1977/2014). Nele, Vera aparece em frente e, depois, atrás de um sino, a partir de edições que a artista fez com uma foto realizada em um museu no interior da Itália. Um procedimento que, de certa maneira, lembra os gifs contemporâneos disseminados pela internet.

Vera, além de ter participado da Bienal de Veneza, já fez parte da Bienal de São Paulo em quatro edições diferentes. Em 2009, expôs no Masp a individual “Imagens em Migração”, um panorama com 96 obras. Há pouco mais de um mês encerrou a individual “Enigmas”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica e, com a obra On Ice, integra a coletiva A Mão Negativa, no Parque Lage, também no Rio de Janeiro.

Fata Morgana ou A Imagem Transformada

Abertura: 08 de agosto de 2015, sábado, às 12h
Exposição: 10 de agosto a 12 de setembro de 2015
Endereço: Rua Mourato Coelho, 790
Horários: Seg. a sex., das 10h às 19h
Sábado: 11h às 17h
Entrada Franca