Primeira mostra realizada integralmente na área externa da Fundação Vera Chaves Barcellos, marcando a programação de 20 anos da instituição em 2025.
A exposição Cinco pontos de orientação, com curadoria de Laura Cattani e Munir Klamt, reúne obras dos artistas Bruno Borne, Dione Veiga Vieira, Elaine Tedesco, Guilherme Dable e Rogério Severo, ocupando a área externa da FVCB. São proposições que tensionam os limites entre arte, ciência e fabulação. Cada trabalho funciona como um ponto de orientação possível, onde as forças do visível e do invisível se tramam, convocando o público a novas constelações de sentido.
Esta proposta foi fomentada pelo PROGRAMA RETOMADA CULTURAL RS – BOLSA FUNARTE DE APOIO A AÇÕES ARTÍSTICAS CONTINUADAS 2024.
CINCO PONTOS DE ORIENTAÇÃO
É na metonímia que orquestramos nosso pensamento poético. Trata-se de uma figura cuja força está em substituir uma palavra ou imagem por outra com a qual compartilha uma relação de contiguidade — seja por associação fortuita, inventiva ou enigmática. No núcleo da metonímia habita a sinédoque: a parte que representa o todo, cuja virtude é condensar operações complexas — como a noção de infinito — em imagens táteis à imaginação. Essas figuras de linguagem operam aqui como chaves interpretativas da lógica que estrutura e conecta as obras.
Em Anã Branca, Bruno Borne apresenta uma mise en abyme, a metonímia levada ao extremo da redundância: uma terra inflável e frágil, iluminada por uma estrela em colapso, massiva e densa. Já em Desenho (para Laura e Munir), Guilherme Dable constrói uma anamorfose espacial, onde a linha — unidade elementar do desenho — torna-se enigma tridimensional, revelando a falibilidade dos sentidos na construção da realidade. Rogério Severo, em Aqui tem água, orquestra tensões, equilíbrios e forças em experimentos sobre a natureza íntima do mundo, por meio de um desenho que extrai suas leis da própria terra. Em 7 Bruxas, Elaine Tedesco delimita a exposição como uma chama suspensa no espaço, quimera entre a fantasmagoria e as armadilhas para pragas; como uma fita de moebius. Por fim, Strages, de Dione Veiga Vieira, introduz a entropia nesse sistema: vestígios de um banquete mítico entre rochas erodidas pelo fluxo de um rio — outro nome do tempo — formam um palimpsesto de ruínas.
A exposição Cinco pontos de orientação propõe uma trilha por obras que operam como instrumentos de aferição do mundo — experimentos poéticos que tramam as bordas entre arte, ciência e fabulação.
Laura Cattani e Munir Klamt
Curadores
CATÁLOGO
REALIZAÇÃO
Torus – Instituto Cultural
Fundação Vera Chaves Barcellos
Programa Retomada Cultural RS
APOIO
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Ministério da Cultura – MinC
Galeria PBSA – Instituto de Artes da UFRGS
DESIGN GRÁFICO
Alexandre De Nadal
ASSISTENTE DE MONTAGEM
Felipe Quevedo
EXPOSIÇÃO COLETIVA | CINCO PONTOS DE ORIENTAÇÃO
Visitação prorrogada: até 13/12/2025, de terça a sábado, das 9h30 às 17h.
Local: área externa da FVCB (Rodovia Tapir Rocha, 8480 – parada 54, Viamão/RS), com área para estacionamento gratuito.
Entrada franca.
Agendamento de visitas: educativo.fvcb@gmail.com | (51) 98229 3031